«2020 não foi um ano normal na moda. Mas a moda, na sua essência, tem a ver com mudança», sublinha a Lyst na introdução do estudo Year in Fashion. «Mais de 100 milhões de consumidores pesquisaram na plataforma Lyst este ano e juntámos as suas pesquisas, visualizações e vendas para celebrar as histórias que moldaram o ano na moda», acrescenta.
Na liderança encontra-se Harry Styles – o primeiro homem a encabeçar a lista de Power Dressers da Lyst. A estética vintage do cantor ficou no radar dos fashionistas este ano. As polémicas também terão contribuído, como foi o caso da capa que o cantor britânico fez para a edição de dezembro da Vogue – derrubando mais uma barreira, ao ser o primeiro homem a solo na primeira página da revista –, que alguns consideraram demasiado efeminada, por ter usado um vestido e um blazer da Gucci. Na entrevista publicada na mesma edição, Styles afirmou haver «muita alegria em brincar com as roupas», explicando que «nunca pensei muito no que significa – simplesmente tornam-se uma extensão de criar alguma coisa». A imagem da capa recebeu mais de 6 milhões de “gostos” no perfil de Instagram do cantor.
Os videoclips catapultaram igualmente o estilo de Beyoncé para a ribalta, com a Queen B a assumir o segundo lugar na lista da Lyst. As três coleções da cantora Ivy Park x Adidas esgotaram e os figurinos dela no filme Black is King da Disney deram impulso a outros designers. Um fato de Marine Serre usado por Beyoncé no filme ajudou a colocar o estampado de lua em quarto crescente da designer no mapa. As pesquisas pela marca francesa subiram 426% e nos dias seguintes, mais de 3.000 consumidores procuraram “top com quarto crescente”, indica a Lyst.
As buscas por Alessandra Rich também aumentaram 78% depois de Beyoncé ter colocado uma foto no Instagram vestida com um fato da designer.
O líder dos BTS, Kim Namjoon (conhecido por RM), chamou a atenção dos fashionistas e acabou no número três do top da Lyst – a escolha de uma camisola de gola alta branca com um casaco branco em fevereiro levou a um pico de 67% nas pesquisas de vestuário de homem semelhante.
Da política às influencers
No número quatro, e num registo completamente diferente, surge Alexandria Ocasio-Cortez, a mostrar que os políticos podem ter tanto impacto na moda como os influencers, refere a Lyst. Após o seu discurso a condenar o sexismo no Congresso americano em julho, as pesquisas por fatos vermelhos aumentaram 74% nos cinco dias seguintes. E a escolha da mala de compras da marca Telfar, do designer Telfar Clemens, sediado em Nova Iorque, promoveu uma subida de 163% nas buscas pela marca.
Paul Mescal, ator de Normal People, é a sexta personalidade no ranking, em parte devido à sua preferência por calções curtos. O ator foi visto várias vezes durante o verão a usar essa peça de roupa e acabou por ser responsável por um aumento de 51%, em termos mensais, nas buscas por calções curtos.
Já a roupa com que Lizzo subiu ao palco garantiu-lhe o sétimo lugar na lista. Após a performance da cantora num fato néon nos Grammys, as pesquisas por esse item subiram 37% em apenas 24 horas. A sua participação no desfile Savage X Fenty Show Vol.2 também inspirou uma subida de 96% por lingerie azul.
A família real britânica tem igualmente lugar na lista da Lyst. A Duquesa de Cambridge, Kate Middleton, teve um grande impacto simplesmente com a utilização de uma máscara com estampado floral em agosto, levando a um aumento de 185% nas pesquisas pelo artigo.
Chiara Ferragni encerra o top 10 da Lyst. A colaboração da influencer italiana, que é também empresária e designer, com a Champion, em abril, impulsionou um aumento de 108% nas pesquisas pela marca de desporto no mesmo mês. As suas escolhas durante a quarentena também tiveram efeito nas pesquisas mundiais, incluindo o seu robe Versace e os seus chinelos de pelo Louis Vuitton.